Cuidados Básicos

 

Daremos abaixo uma breve descrição dos cuidados gerais por nós preconizados e que melhores resultados nos fornecem, independente de características específicas.

Sol: O Bonsai é uma árvore e como todas as árvores precisam de sol para seu pleno desenvolvimento. A necessidade diária de sol varia de acordo com a espécie sendo em geral adequada uma exposição de 6 horas diárias. Para as coníferas ( pinheiros ) sol pleno o dia inteiro seria o mais adequado, enquanto que para as espécies de clima temperado deve-se evitar os períodos do dia com sol mais forte, especialmente plantas não adaptadas. Não existem os Bonsai de interior, mas sim condições de interior que permitem a sobrevivência de algumas espécies. Os Ficus são os mais resistentes tolerando razoavelmente uma incidência apenas de luz indireta, como por exemplo se colocado a 50 cm de uma janela clara. Independente da espécie, as plantas toleram a privação de sol em curtos períodos, não superiores a 1 semana, devendo o retorno ao sol ocorrer de forma gradativa.

Rega: Para o seu pleno desenvolvimento e saúde o Bonsai precisa de um fornecimento adequado de água. Não existe privação para redução no crescimento. A miniaturização ocorre como consequência de outras técnicas. Assim podemos e devemos regar à vontade, mesmo as coníferas. Regar à vontade não quer dizer manter o solo encharcado, mas no momento da rega esta deve ser generosa. Se o Bonsai estiver sendo cultivado em solo adequado ao clima da região e à espécie, o excesso de umidade nunca provocará a morte de um exemplar sendo preferível à sua falta que é de longe a maior causa de danos graves e morte. A rega deve ser realizada sempre que sua necessidade for evidenciada, mesmo que seja com sol a pino, não existindo esquema para se molhar um Bonsai. É hora de molhar sempre que a terra da superfície do vaso estiver começando a secar. Nas coníferas o ideal é que deixemos a terra da SUPERFÍCIE secar por completo. Assim nas estações mais quentes do ano podem ser necessárias até 3 regas diárias dependendo da espécie e da exposição solar. No inverno frequentemente uma rega diária ou mesmo a cada 2 dias pode ser suficiente.

Adubação: As formas e intervalos de adubação variam de acordo com a estação do ano e principalmente com relação ao estágio de desenvolvimento que se encontra o nosso Bonsai. Bonsai em estágio inicial de desenvolvimento necessitam de um crescimento mais vigoroso consumindo uma maior quantidade de nutrientes, enquanto que Bonsai já estabilizados necessitam apenas de fornecimento adequado à sua manutenção. Primavera e verão são as estações em que as plantas tem maior taxa de crescimento, consumindo mais nutrientes. Para as plantas em desenvolvimento, durante a estação de crescimento recomendamos adubação química líquida, preferencialmente foliar, na diluição recomendada pelo fabricante a cada 2 semanas, associada a adubação orgânica aplicada a cada 60 dias. Para Bonsai na fase final de treinamento ou estabilizados adubação química a cada 4 a 6 semanas da primavera ao outono, com adubação orgânica apenas na primavera. Nunca adubar no inverno, com menos de 30 dias pós transplante e plantas doentes.

Transplantes: Nada de transplantar seu exemplar 1 vez por ano. Após a poda das raízes um Bonsai leva em média 1 ano para recuperar raízes e reservas em sua plenitude. Ao podarmos anualmente mantemos a planta em constante recuperação perdendo a fase de desenvolvimento mais vigoroso. A planta não responde adequadamente às podas, não engrossa o tronco e não desenvolve o "envelhecimento" na aparência tão desejado. O intervalo entre transplantes depende da espécie em questão e fase de treinamento. Em média transplantamos a intervalos de 3 a 5 anos, sendo a melhor época o início da primavera, não a do calendário, mas sim o início da elevação da temperatura na sua cidade. Para transplantes de manutenção podamos em média 1/3 das raízes. Após o transplante o Bonsai deve ser colocado em um local sombreado, mas com bastante claridade por pelo menos 30 dias, promovendo o retorno ao sol de forma gradativa.

Solo: independente da composição adequada a cada espécie, o solo deve ser obrigatoriamente composto de grandes partículas ( grãos ) que não se desfazem com facilidade. A areia deve ser livre de partículas finas. A granulometria média deve variar de 2 a 3 milímetros.

As composições básicas são as seguintes, ocorrendo variações relativas a cada região:

Gênero Pinus: 50% Terra; 50% Areia.

Juniperus e demais espécies: 40% Terra; 20% Matéria Orgânica;40% Areia.

Frutíferas e Azaléias: 50% Terra; 30% Matéria Orgânica; 20 % Areia.

Eduardo Campolina

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